A exportação de proteína animal é uma das atividades mais relevantes da economia de diversos países, em especial para o Brasil, que ocupa posição de destaque como um dos maiores exportadores mundiais de carne bovina, suína e de frango.
De acordo com dados da ApexBrasil, o setor de proteína animal contribui com 13,5% do PIB do agronegócio brasileiro.
Essa atividade, no entanto, envolve uma cadeia logística complexa e um rigoroso controle sanitário, que são fundamentais para garantir a qualidade dos produtos, atender às exigências dos mercados importadores e proteger a reputação do país exportador.
Compreender as exigências logísticas e os cuidados sanitários é essencial para que empresas do setor alcancem sucesso nas operações de comércio exterior.
Este texto detalha os principais pontos que envolvem a exportação de proteína animal, desde o acondicionamento e transporte até o cumprimento das exigências sanitárias. Confira!

O que é proteína animal e quais são os dados de exportação?
Na prática, a proteína animal é um termo amplo usado no comércio exterior para se referir a produtos de origem animal como é o caso das carnes bovinas, suínas e de aves, principais itens da pauta de exportação do Brasil.
De acordo com informações extraídas do ComexVis, no acumulado de janeiro a junho de 2025, os dados das exportações brasileiras foram:
- Carne bovina fresca, congelada ou refrigerada: US$6,6 bilhões, com uma participação de 4% do total exportado.
- Carnes de aves e suas miudezas comestíveis, frescas, congeladas ou refrigeradas: US$4,3 bilhões, com uma participação de 2,6% do total exportado.
- Carne suína fresca, congelada ou refrigerada: US$1,60 bilhão, com uma participação de 0,96% do total exportado.
A importância da proteína animal no comércio exterior
O comércio internacional de proteína animal movimenta bilhões de dólares anualmente e é vital para o abastecimento de mercados que não possuem capacidade de produção suficiente para atender sua demanda interna.
Por ser um produto de origem animal, a exportação exige atenção máxima quanto à segurança alimentar. Qualquer falha logística ou sanitária pode resultar em lotes comprometidos, ou, ainda pior, contaminações que afetam a saúde pública e a imagem do país exportador.
Quais são as exigências logísticas e cuidados sanitários na exportação de proteína animal?
Exportar proteína animal vai muito além de acondicionar cortes de carne em contêineres e despachá-los para outro país. Há uma engenharia logística detalhada por trás de cada operação. As principais exigências logísticas envolvem:
Transporte refrigerado e manutenção da cadeia de frio
A temperatura controlada é a base para a preservação da carne. Por isso, desde o abate até a chegada ao seu destino, o produto precisa permanecer dentro de faixas de temperatura específicas para evitar deterioração e proliferação de microrganismos.
Além disso, essa cadeia de frio se estende por toda a jornada logística: câmaras frigoríficas nas plantas frigoríficas habilitadas, caminhões refrigerados para o transporte terrestre, containers reefer (refrigerados) nos portos e terminais alfandegados preparados para receber cargas sensíveis.
Consequentemente, uma falha nesse controle pode comprometer lotes inteiros, gerando prejuízos financeiros e danos à reputação da empresa exportadora.
Embalagem e acondicionamento
A embalagem da proteína animal também deve ser fator de atenção para evitar contaminações cruzadas e garantir a integridade física da mercadoria durante o transporte.
Dependendo do mercado de destino, há exigências específicas quanto ao tipo de material de embalagem, informações obrigatórias nos rótulos e até idiomas utilizados.
A rastreabilidade é reforçada pela rotulagem, pois possibilita a identificação de lotes em casos de recall ou inspeções adicionais.
Escolha da modalidade de transporte
Embora o modal marítimo seja o mais utilizado para grandes volumes de exportação de proteína animal, a modalidade aérea também pode ser necessária em casos de cortes especiais ou demandas urgentes.
A escolha do modal de transporte deve equilibrar custo, tempo de trânsito e condições de manutenção da temperatura.
Além disso, o transporte terrestre até os portos/aeroportos requer atenção a prazos, rotas, condições das estradas e até mesmo eventuais barreiras sanitárias interestaduais.
Documentação sanitária e exigências regulatórias
Um dos pontos mais sensíveis na exportação de proteína animal é a documentação sanitária. Cada país de destino impõe requisitos específicos, certificados sanitários, autorizações de importação, padrões de embalagem e rotulagem.
Para atender essas exigências, o exportador deve seguir protocolos rigorosos de inspeção, que começam já na fazenda, passando pela planta frigorífica, transporte interno e armazenagem.
Aqui no Brasil, a exportação de proteína animal é submetida ao cumprimento de requisitos regulamentados pelo MAPA (Ministério da Agricultura e Pecuária).
De um modo geral, a empresa exportadora de proteína animal deve:
- Obter o registro do estabelecimento no Serviço de Inspeção Federal (SIF) do MAPA, que atesta a regularidade sanitária, técnica e legal das instalações e etapas do processo de produção;
- Requerer habilitação para exportar junto ao DIPOA (Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal) da Secretaria de Defesa Agropecuária (SDA) do MAPA, logo após a concessão do registro do estabelecimento no SIF, de acordo com os procedimentos operacionais aprovados pela Portaria MAPA nº 431/2021;
- Cumprir todos os requisitos sanitários nacionais e dos países importadores;
- Obter o Certificado Sanitário Internacional (CSI) do produto, emitido por autoridade competente, para o trânsito internacional de matérias-primas e de produtos de origem animal.
Os cuidados sanitários na exportação de proteína animal
Se a parte logística é um desafio técnico, os cuidados sanitários são a base que sustenta toda a credibilidade da proteína exportada.
Diversos surtos sanitários ao longo da história, como a Gripe Aviária, mostram como incidentes podem fechar mercados instantaneamente. Portanto, os cuidados começam muito antes da embalagem final.
Rastreabilidade da origem ao destino
A rastreabilidade garante que, em caso de identificação de qualquer contaminação, seja possível localizar rapidamente a origem do problema.
Para isso, é fundamental registrar os dados desde a propriedade rural até o embarque. Muitos países exigem que a carne exportada seja proveniente de animais vacinados contra doenças como febre aftosa, sem focos recentes de contaminação na região produtora.
Controle de contaminação cruzada
Dentro das plantas frigoríficas, há barreiras físicas, protocolos de higienização e fluxo de trabalho que evitam contaminações cruzadas entre produtos ou entre diferentes espécies.
Os funcionários devem seguir protocolos de vestimenta, lavagem de mãos, esterilização de equipamentos e manutenção de ambientes controlados.
Inspeção e certificação sanitária
No Brasil, o Serviço de Inspeção Federal (SIF) é o órgão responsável por certificar que o abate, processamento e armazenagem da carne seguem padrões rigorosos de higiene e segurança.
Para a exportação, é obrigatório que a planta frigorífica seja habilitada para o país de destino, o que implica auditorias regulares de autoridades internacionais.
Cada lote exportado recebe um Certificado Sanitário Internacional, comprovando que os produtos são livres de doenças específicas, tratados em condições seguras e aptos ao consumo humano.
Exporte proteína animal com a ES Logistics
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Na prática, isso significa menos imprevistos, mais rastreabilidade e a tranquilidade de contar com uma equipe dedicada, que cuida de cada detalhe da operação de exportação.
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