Ásia
No mês de julho, observamos uma estabilidade nos preços do frete, apesar da extrema escassez de espaço nos navios. Contrariando os rumores de GRI disseminados durante o mês, os armadores mantiveram os preços do frete nos mesmos níveis, com apenas pequenos aumentos a fim de manter os preços praticados no momento.
Foi percebido também a escassez de equipamentos, principalmente de 40’NOR e 40’High Cube nos portos do nordeste da China, como Qingdao e Tianjin, bem como na região de Ningbo, região centro-litorânea da China.
A expectativa para o próximo mês é de que o cenário logístico continue complexo, especialmente devido aos dois blank sailings anunciados para as semanas 27 e 29. Com esse acúmulo de demanda no mercado, falta de equipamentos e uma redução artificial na oferta de espaço devido aos blank sailings, é provável que ocorra um aumento nos preços do frete. No entanto, ainda existe a possibilidade de que o mercado resista aos aumentos novamente e os preços se mantenham estáveis.
Europa
Com o início do verão europeu, a interrupção de serviço por parte dos exportadores é esperada em meados de agosto, e tratamos essa interrupção como o principal foco de nossa atualização. A antecedência é a palavra-chave na busca pela redução de custos, evitando também que as programações de nossos clientes sejam comprometidas por falta de espaço e equipamentos, assim como por atrasos nas coletas.
No modal aéreo, não é diferente. Com os voos de passageiros em capacidade máxima, as companhias aéreas irão operar com menor espaço para alocação das cargas, sendo recomendado optar por voos cargueiros para cargas de maior porte. Também são esperados impactos na disponibilidade de transportadoras e maior lentidão no contato com os fornecedores.
Os parceiros da França já sinalizaram que são esperados desafios para o mês de julho em relação à disponibilidade de coleta, equipamentos vazios e espaço. Greves pontuais podem ocorrer nesta rota, porém, greves gerais encontram-se momentaneamente solucionadas em virtude dos acordos recentes.
Ao norte do Reino Unido, houve melhoria nos congestionamentos dos portos pontuados na última atualização, mas vale reforçar que falamos de portos que têm menor capacidade, como, por exemplo, o da Escócia. Há previsão de estabilidade no frete, e o lead time médio mantém-se entre 1 e 2 semanas.
No Sudeste Italiano, foi reportado maior tempo de espera em alguns portos para retirada de vazios, como, por exemplo, Salerno. A escassez de contêineres especiais ainda é uma realidade, principalmente no que se refere aos open tops de 20 pés. De forma geral, a situação mantém-se dentro dos padrões quanto às coletas e disponibilidade de espaços, que em muitos casos é confirmada pelos armadores ainda dentro do dia.
Novas reduções nos níveis de frete foram confirmadas pelos armadores, com destaque para o serviço e condições da Hapag Lloyd.
O governo alemão, visando a importância econômica dada à grande movimentação de cargas pesadas e de grande porte no país, implementará novos procedimentos em busca de flexibilidade e facilitação no transporte rodoviário, ainda sem datas concretas. Atualmente, algumas licenças para cargas neste perfil têm levado cerca de até 3 meses por conta da burocracia.
Em Portugal e Espanha, as operações seguem dentro da normalidade no atual momento, com regularidade nos serviços de coletas, oferta de espaço e equipamentos.
América do Norte
O volume de cargas nos EUA, como um todo, ainda segue consideravelmente baixo, aumentando a disputa entre os armadores. O valor dos fretes, que já estava bastante competitivo no mês de junho, será mantido pela Sealand e pela MSC até o final do julho. A expectativa para os demais armadores, também é a de manutenção de valores.
No cenário logístico, a queda no volume de cargas continua impactando positivamente em relação a congestionamentos e atrasos nas coletas, pois não estão sendo observados. O tempo de espera médio atual nos principais portos se manteve entre 0 e 1 dia.
A escassez de chassis e o congestionamento nas rampas mais movimentadas, de Chicago e Atlanta, é uma realidade no país, devido a concentração das operações nestes locais. Neste sentido, observa-se que a taxa de chassis split está sendo aplicada antecipadamente, em alguns casos, já como uma previsão de viagem para a coleta dos chassis em um local diferente ao local de coleta dos containers vazios. A melhor prática ainda é organizar a coleta com o máximo antecedência, e a orientação dos nossos agentes locais é de um prazo de 2 semanas antes do ETD desejado pelo cliente.
Não tivemos mais relatos sobre o nível de serviço das coletas realizadas pelos próprios armadores. No entanto, por possuírem valores mais competitivos, o inland nesta modalidade ainda é uma opção que pode ser solicitada no momento da cotação, para ser avaliada no caso a caso. A necessidade de avaliação do caso se faz necessária pois, apesar dos custos serem mais competitivos, ainda é um serviço que apresenta baixa confiabilidade.
A capacidade de utilização dos navios segue em torno de 60 a 70% e há previsão de blank sailing para a semana 27 no joint TANGO, como parte da estratégia dos armadores para reterem mais carga e, reduzirem os custos das viagens com baixo volume.