Análise de Mercado

ÁSIA

Nas últimas semanas, a malha logística asiática vem enfrentando dificuldades na liberação de equipamentos e limitação de espaços disponíveis. Por parte dos armadores, o mercado como um todo vêm sofrendo com problemas na confirmação de bookings. Para contornar essas dificuldades e evitar atrasos, nossa equipe tem buscado alternativas viáveis, procurando armadores que não apresentem essas limitações de espaço ou equipamento.

Um dos reflexos dessas dificuldades foram os dois cancelamentos de viagens (blank sailings) ocorridos na primeira quinzena de maio. Isso resultou em acúmulo de cargas, causando a falta de espaço em alguns portos base, especialmente em Ningbo, mas também afetando Shanghai, Qingdao e Shenzhen, além de alguns portos secundários pontuais. Além disso, foi constatada a falta de equipamentos, principalmente dos tipos 40’NOR e 40’HC em Ningbo/Qingdao, e para 20’Dry em Xiamen/Shantou por parte de alguns armadores. Já outros, enfrentam falta de equipamentos 20’Dry em Shanghai. Em alguns casos, a dificuldade na obtenção de bookings é devido à falta de espaço e não de equipamento. No geral, os navios estão saindo com uma utilização próxima a 100%, e virou uma prática comum os armadores realizarem bookings acima de 100%. Isso se deve ao fato de que parte das cargas confirmadas estão sendo transferidas para navios seguintes ou serviços alternativos, via Europa ou América Central.

Além disso, foi confirmada a implementação de um GRI (General Rate Increase) a partir da primeira semana de junho. Com a alta demanda de bookings, os armadores podem implementar ainda mais GRIs durante o mês, dependendo da utilização dos navios nas próximas semanas e da oferta de mercado.

Estamos acompanhando de perto a situação e fazendo todos os esforços necessários para minimizar os impactos nos embarques de nossos clientes. Por conta disso, é imprescindível a solicitação de booking com máxima antecedência possível.

EUROPA

Ao Norte, os portos e terminais operam normalmente sem grandes atrasos. Nenhum relato de congestionamento recente reportado. O fluxo de coleta no modal ferroviário segue com maior intensidade se comparado ao rodoviário, uma vez que se apresenta mais competitivo.

Estamos às vésperas de feriado na próxima semana em parte da Europa (29 de maio), o que limita a capacidade das coletas entre as semanas 21 e 22. No Reino Unido, os portos ao Norte apontam registros de pequenos congestionamentos.

Lead Time médio tem variado de 1 a 2 semanas e é esperado que o frete não sofra alterações nas primeiras semanas de Junho.

Em algumas regiões ao sul do continete notamos que o tempo médio de free time aumentou, sendo possível obter de 18 a 21 dias. Ao Norte, é mais comum os armadores concederem aproximadamente 15 dias, e em alguns casos 18 dias.

A MSC implementou a partir da segunda quinzena de maio, custos de rail para mover carga dos principais pontos de coleta em Portugal até Sines, por onde ocorrem os embarques efetivamente.

Equipamentos especiais seguem em escassez e o ideal é nos programarmos com antecedência junto aos importadores para demandas dentro deste escopo.

Na região da Itália, coletas seguem dentro da programação regular sem grandes atrasos ou indisponibilidade de caminhão, com ressalva para a região de Emilia Romagna (ao Norte do país) que foi afetada por inundações na semana passada. Algumas empresas situadas nas proximidades seguem fechadas e há relatos de dificuldades nos acessos à alguns pontos de coleta. Regiões portuárias não apresentam congestionamentos.

Rápida resposta dos armadores ao Sul da Europa quanto à confirmação de espaço e disponibilidade de vazios.

Destaque para as tarifas spot da Hapag, que se apresentam competitivas, mas com maior volatilidade por serem online. Vale ressaltar que o armador está presente na maioria das Joints operantes para o Brasil, tanto ao Norte quanto no Mediterrâneo. Grande parte dos armadores tem respeitado os cronogramas estimados.

No quesito frete, alguns armadores já anunciaram reajuste mínimo na composição do frete (BAF). Aguardamos o pronunciamento dos demais, mas é esperado que o nível se mantenha estável, próximo do que vimos no último mês.

AMÉRICA DO NORTE

Os valores de frete nos EUA têm acompanhado a tendência de queda do mercado global e a expectativa de manutenção dos valores, já em baixa, com principais armadores, foi confirmada. A Sealand, Hapag e MSC já anunciaram que os valores de frete praticados em maio serão os mesmos para o próximo mês de junho.

O volume de cargas no país como um todo, segue consideravelmente baixo. A crença é de que o principal motivo é a agressividade do mercado asiático, no que diz respeito aos preços dos produtos comercializados. Sendo assim, os importadores têm buscado mais por negócios com shippers asiáticos, reduzindo o volume de importações dos EUA.

No fluxo logístico, a queda no volume de cargas, traz consequências operacionais positivas como, a redução dos congestionamentos nos portos, onde o tempo de espera médio atual está entre 0 e 1 dia. A melhora dos congestionamentos, também nas rodovias em todo o país, reduziu o tempo de coleta das cargas via Trucking. Na modalidade drayage (coleta do container já estufado) tem se observado um aumento na capacidade das transportadoras, e algumas delas, já deixaram de cobrar as taxas de congestionamento, que prevaleceram durante toda a epidemia do COVID. Já no transporte via rail, nota-se que as entregas na rampa de Chicago foram impactadas pelo fluxo de cargas vindo dos terminais de Los Angeles e Oakland. A escassez de chassis nesta área de Chicago também tem comprometido os tempos de coleta/entrega.

A escassez de chassis ainda é uma realidade e a taxa de chassis split já está sendo aplicada antecipadamente, prevendo uma viagem extra do motorista para a coleta dos chassis em um local diferente ao local de coleta dos containers vazios. A melhor prática ainda é organizar a coleta com o máximo de lead time possível, em torno de 2 semanas.

Ainda em relação as coletas inland, a opção da coleta pelo próprio armador, apesar de ter valores mais competitivos, continua com um baixo nível de serviço, apresentando atrasos. Desta forma, a necessidade do cliente em relação a prazos deve ser avaliada no caso a caso, antes de ofertar esta opção.

No que diz respeito a disponibilidade de equipamentos observa-se uma grande variação entre os portos. Destaque para a quantidade limitada de containers 20´e 40´dry em Atlanta, Detroit e Nashville.

A capacidade de utilização dos navios segue em torno de 60 a 70% e a disputa por cargas entre os armadores é uma realidade. Neste sentido, MSC e Sealand já implementaram mudanças em suas rotas. A MSC reduziu a velocidade no serviço do Golfo SAEC String 1 aumentando o transit time de 32 dias para 56 dias, com o objetivo de manter a capacidade semanal efetiva, em seu nível atual. Além disso, o porto de Mobile, no Alabama. será adicionado como uma escala, nas rotas comerciais norte-sul. A Sealand também iniciou a escala no porto de Mobile no serviço UCLA a partir do dia 18/05.

Até o momento, há previsões de blank sailing para a semana 24 no serviço SAEC e para a semana 27 no serviço TANGO.

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